Visita aos Açores - Maio/2016

Entre os dias 13 e 23 de maio de 2016, tive a oportunidade de visitar algumas ilhas do arquipélago dos Açores, numa visita coordenada pela ABA - Associação Baptista Açoreana. O principal contato para que esta bênção acontecesse se deu pela intervenção do Pr. Ismael Couto, que está pastoreando a Igreja Evangélica Baptista da Horta, uma das menores ilhas do Arquipélago. Também tivemos a colaboração muito importante do Pr. Paulo Barata, que na altura estava a pastorear a Igreja Baptista de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.
O Pr. Ismael tinha feito um contato comigo sobre essa possibilidade num encontro que tivemos em Lisboa, em 2015. Como um dos pastores adotados pelo MAP - Ministério Adote um Pastor (www.adoteumpastor.com.br), ele tem recebido os livros da Fiel e, este ano, teve a oportunidade de participar da Conferência Fiel em Lisboa pela primeira vez. Disse que "ficou encantado com o que viu e ouviu".
A proposta era dar uma série de 5 palestras nas igrejas da Horta (Ilha do Faial), de Ponta Delgada (Ilha de São Miguel) e na Ilha Terceira, em duas igrejas: Praia da Vitória e Angra do Heroísmo. O tema proposto foi: "A Centralidade das Escrituras para a Saúde da Igreja".
Logo na chegada já fui "batizado" na experiência dos Açores. O voo sai de Lisboa para o Aeroporto de Lajes, na Ilha Terceira. De lá, deveria pousar na Horta, Ilha do Faial, mas depois de duas tentativas e arremates, o piloto decidiu pousar em outra ilha, na Ilha do Pico, por causa do vento.
Ilha do Pico, vista a partir da Ilha do Faial
Pr Ismael, da Igreja Baptista da horta, na Ilha do Faial
De lá, fomos de auto-carro (ônibus) para o porto da ilha, para depois apanhar o FerryBoat para a cidade da Horta, no Faial, onde o Pr. Ismael estava à minha espera. Apesar do contratempo, o pequeno passeio foi muito agradável e proporcionou uma experiência única, de ver a paisagem característica da Ilha do Pico, com a predominância de pedras vulcânicas escuras e vegetação baixa com tons de verde escuro. Há um pequeno vídeo na galeria de fotos, no final deste post.
Já na Horta, fiquei hospedado na casa do Helder e da Sara, um casal muito simpático. Tive também a oportunidade de conhecer a família do Pr. Ismael, ou seja, sua esposa Liliana e seus filhos Sarai (4 anos) e Eli (2 anos). Cheguei na sexta pela manhã (dia 13/05) e na sexta a noite já estive na igreja para dar 2 palestras. No sábado à tarde, mais duas e culto de domingo, a última. No domingo, participei da Escola Dominical e do Culto na pequenina igreja da ilha, que tem hoje 24 membros. A ilha inteira deverá ter uns 15 / 16 mil habitantes, mas a cidade da Horta, maior cidade da ilha, deve ter uns 5 mil habitantes. Pude também ver um pouco do trabalho que a Sara desenvolve com as crianças de um bairro da cidade, e ainda gravar para um programa de rádio, que o irmão Helder mantém juntamente com o Pr. Ismael

De lá, rumei para a Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, onde estava a minha espera o irmão Flávio, que é médico dentista e pastor interino, visto que a igreja estava, naquela altura, à espera de um pastor. Nesta igreja (foto ao lado), dei as palestras à noite, de segunda-feira, dia 16/05, até a quinta-feira, dia 19/05.
A Ilha de São Miguel é a maior ilha do arquipélago (e também a maior de todas as ilhas que pertencem a Portugal). Estima-se que a população esteja em torno de 150 mil habitantes. É tão grande que nem parece que estamos numa ilha...
Nesta ilha conheci o irmão Danildo Acyoli, um bom baiano casado com uma portuguesa, que é jogador de futebol do time da cidade. Ele me levou para conhecer a fábrica de Chá Goreana e a Poça da Dona Beija, uma estação de águas termais muito frequentada pelos habitates da ilha e por turistas do mundo inteiro (fotos e vídeos na galeria, no final deste post).
Na sexta, dia 20, viajei para a Ilha Terceira, outra ilha importante do arquipélago, com aproximadamente 55 mil habitantes. Naquela mesma noite, dei duas das 5 palestras na Igreja Baptista de Praia da Vitória (foto ao lado), onde serve o Pr. Ruben Couto, que é irmão do Pr Ismael, da Horta, na Ilha do Faial. A igreja de Praia da Vitória foi construída pelos irmãos dos Estados Unidos, já que na ilha funciona uma base militar norte-americana. Esta base foi, durante muitos anos, uma espécie de propulsor da economia da ilha. Funcionava como uma base para as operações de guerra dos militares americanos, especialmente durante a guerra do Iraque. Hoje, com o fim da guerra, ela está praticamente fechada, e com a redução drástica do efetivo, muitos militares retornaram aos EUA. Com isso, a igreja Batista Açoreana, de fala inglesa, que deu origem a esta, fechou as portas. O pequeno grupo de irmãos remanescentes se filiou a esta igreja e frequenta seus cultos.
No sábado, na parte da tarde, mais duas palestras na outra ponta da cidade, na Igreja Baptista de Angra do Heroísmo (foto ao lado), onde, na altura, pastoreava o Pr. Paulo Barata (hoje ele se mudou para o continente, e pastoreia a Igreja Baptista da cidade de Troviscal, no distrito de Aveiro). No domingo, a última palestra, das cinco propostas, foi dada durante o culto.
Durante os dias que passei na Ilha Terceira, fiquei hospedado na casa do Pr Paulo e de sua esposa Helena. Tempo muito bom de comunhão e partilha. Pr. Paulo contou-me as várias histórias de momentos marcantes de sua vida, também algumas lutas e dificuldades.
Em todas as cidades por onde passei, foi marcante observar a movimentação em torno da "Festa do Espírito Santo" da Igreja Católica. Aqueles eram os dias da festa. O "Espirito Santo" é uma devoção a uma imagem de uma pomba. Em vários lugares de todas as cidades das ilhas, há uma pequenas edificações chamadas de "império", que nestes dias, recebem os festejos, que incluem música e churrasco. É uma manifestação folclórica muito carregada de simbolismos e ocultismo, e que é marcante na história e na cultura do povo açoreano. Constitui-se numa grande barreira para o avanço do evangelho nas ilhas, pois mantém o povo amarrado em tradições e superstições que colocam aqueles que se convertem em situações de dificuldades. Pr Paulo contou-me a história de uma irmã que, quando era jovem, converteu-se ao Senhor numa igreja evangélica, e na mesma noite, foi impedida de entrar em sua própria casa, pelo seu marido, pois vinha da "igreja dos crentes" com suas duas filhas pequenas. Também não encontrou abrigo na casa dos seus pais, pois foi considerada traidora das tradições da família. Só encontrou abrigo na casa de alguns irmãos, o que trouxe grandes transtornos para sua vida na comunidade.
Oremos pelos Açores, para que as pequenas igrejas evangélicas possam manter-se na proclamação do Verdadeiro Evangelho. Oremos também pelos obreiros e pastores, para que possam sobrepassar as lutas e dificuldades de pastorear rebanhos tão pequeninos. Que eles e os irmãos não percam a esperança e a alegria no Senhor.